quarta-feira, 15 de maio de 2013

Paranormalidade e esoterismo

Com o tempo, Roberto adotou uma forma própria de sincretismo religioso, por discordar de alguns dogmas da Igreja Católica e de várias idéias e atitudes dos padres, que o fizeram se distanciar do catolicismo. Infelizmente, descobriu que a igreja conta com muitos maus servidores em seu seio, entre os quais pedófilos e hipócritas, que se consideram acima do indivíduo comum e donos da palavra de Deus e da verdade.
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(Em conversa com seu irmão Roberto falou:)

- Cada vez mais eu sou uma pessoa com fé, com espiritualidade, e cada vez menos uma pessoa com religião, ou seja, voltada para a instituição e os ritos. – continuou Roberto. Não precisa ter religião para se ter fé em Deus.

- A espiritualidade compreende e perdoa, une as pessoas, tem tolerância, é aberta ao diálogo, à harmonia e à sensibilidade, celebra a vida, onde o significado de Deus é amor; se dedica a meditar, cobrando a misericórdia e a justiça. Já, a religião promove a divisão entre as diversas religiões e seitas, as “guerras santas”, julga e condena, discrimina, se fecha, produz sentimento de culpa e neuroses, vive da celebração, nos fazendo reproduzir ritos, onde o Deus é Rei, Senhor e Juiz. Estuda e aplica o Direito Canônico, cobrando da gente o sacrifício e o dízimo. Nietzsche falava que: “Não posso crer num Deus que quer ser louvado o tempo todo”
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- Para finalizar – falou Roberto – vou citar uma frase, que acho muito interessante. Ela é atribuída ao Pe. Luiz Carlos Nascimento e nos diz: “A espiritualidade nos coloca nas mãos de Deus; a religião, nas dos homens”
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Roberto, a partir da metade dos trinta anos de idade, sabia que estava acontecendo alguma coisa diferente na sua vida, desde que começou a perceber que alguns eventos sem explicação surgiam e o empurravam em uma direção, que depois descobriu ser o tarô e o ocultismo. Mais tarde, iria entrar em contato com outras pessoas que sentiam a mesma coisa. Em sua leitura sobre a grande obra da maga ucraniana do século XIX, Helena Petrovna Blavatsky, descobriu que ela também já percebia desde a infância ser diferente das outras pessoas, pois possuía poderes psíquicos ou paranormais. Sabia também, desde cedo, que tinha uma missão a cumprir e que estava sendo guiada na direção do ocultismo.
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Mais tarde, ficou sabendo que, o que vinha ocorrendo, era uma conexão entre espírito e matéria, entre o interno e o externo. Diversos cientistas descobriram que esta conexão é muito mais direta e real do que pensávamos. A idéia da existência do Mago interno, traduzida pelo arquétipo da Carta 1 do Tarô, já foi demonstrado, sendo considerado nos últimos tempos mais do que um mero misticismo.
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Segundo um texto atribuído ao famoso físico Albert Einstein: “Aquilo que é impenetrável para nós existe de fato. Por trás dos segredos da natureza há algo inexplicável. A veneração a essa força que está além de tudo e que podemos compreender é a minha religião.”

Assim, verifica-se que, ao nível do psicóide, os padrões arquétipos do mundo interior correspondem exatamente aos da realidade externa. Todos nós podemos citar exemplos em que um padrão interno correspondeu a um padrão externo, de modo mágico, quando nenhuma conexão causal poderia ser encontrada entre os dois eventos. É a imagem interna se materializando em realidade externa.
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Jung definiu esses fenômenos com o termo sincronicidade, que é a palavra que traduz essas coincidências entre estados internos e eventos externos. Segundo ele, fenômenos sincronísticos significam a coincidência importante de um evento psíquico com um evento físico, que não podem ser casualmente ligados e estão separados no espaço ou no tempo. É o que ele chamou de coincidência significativa.
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Roberto pensava que deveria ter sido horrível para as pessoas durante a Idade Média, quando percebiam possuir dons paranormais ou estar na presença de fenômenos sincronísticos. Não tinham a quem recorrer. O psicólogo ou conselheiro da época era um padre, que iria com certeza querer exorcizá-las a custa das torturas mais terríveis ou queimá-las na fogueira depois de torturá-las. A saída era ficar totalmente calada, rezando muito para tirar o diabo do corpo, ou então se tornar uma pessoa mística, do tipo que tinha visões de santos, mas que passava também pelo risco de ir parar na fogueira, como foi o caso de Joana d”Arc. Outro caminho era se juntar a alguma seita renegada pela igreja, já que não podia recorrer aos servidores do Deus católico. Só que essas pessoas acabavam se voltando para práticas de magia negra, pois acreditavam estar possuídas pelo demônio. Era o conhecido ditado “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.
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Mais tarde Jung introduziu na sincronicidade o conceito mais objetivo de grau da ordenação acausal ou não causal, em substituição à coincidência significativa ou significação preexistente. No inconsciente coletivo, o arquétipo é visto como o fator ordenador: o significado é uma qualidade que o homem precisa criar para si mesmo.

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